Thursday, September 29, 2005

Recomenda-se a todos aqueles que não se conformam e procuram algumas respostas que nos retiram da escuridão face à nossa existência neste universo, neste planeta, neste país... Pergunto-me porque é que este filme não passa em Portugal... fará também esta estratégia parte de muitas outras que pretendem que a massa portuguesa feche os olhos a uma Ciência [Física Quântica] que explica muito da nossa existência na Terra? Se for assim, quem andará aí a manipular a cegueira? Pensava que Portugal era um país livre mas parece que assim não vamos lá minha gente....

Surpreendam-se!

www.whatthebleep.com
Recomendo que leiam também "A professia Celestina" James Redfield

Bom dia!

Sunday, September 25, 2005

O arrepio do gato

Uma vénia oriental, o ritmo dos passos metronómico , o ritmo dos braços estava sincronizado. tudo funcionava perante a natureza mecânica de humanos provenientes de uma civilização em que se perdeu a noção da unidade...
Eu, os cordões dos meus sapatos estavam soltos, o buraco dos meus jeans e os meus óculos de sol, caminhavámos em redor do lago do centro da cidade... ela parecia ser muito frágil, de pele pálida, cabelo escuro e olhos rasgados... sentou-se a meu lado com o seu gato. Não suporto a natureza deste felinos, mas aquele tinha um olhar especial...estávamos os três impávidos, como se fossemos três animais diferentes. Procurava encontrar palavras, mas insucedida continuei a olhar as bicicletas que me passavam pelos oculos de sol. o gato roçou nos meus jeans e um pêlo do seu pelo preto ficou preso ao buraco... na inocência da sua idade ainda jovem ela atou-me os cordões e fez um vénia e virou-me as costas... E eu como poderia dizer "obrigada" se ainda não tinha encontrado uma palavra sequer no dicionário do meu cérebro? agora era tarde... ela teria deixado o arrepio do preto comigo e deixou-me na dúvida da superstição...

Saturday, September 24, 2005

Cristina Branco canta...

A uma princesa distante
(J.Slauerhoff - Custódio Castelo)
"Jamais voltaremos a ver-nos,
Entre nós dois há um mundo pelo meio.
Por vezes, de noite, à janela nos detemos
Mas são outras as estrelas que vemos...

Doutros tempos o enleio.
É tão longínquo o vosso país do meu:
Como a luz da mais funda escuridão - tão distante -
Que viajando sem parar nas asas do desejo,
euVos saudaria num suspiro agonizante.

Porém, se for verdade,
Que sonhando o impossível,
Se leva o maior dos anseios
À estrela mais intangível:
Então eu voltarei,
Voltarei todas as noites... De saudade"

poema original do holandês Slauerhoff

"Wij komen nooit meer saam:
De wereld drong zich tusschenbeide.
Soms staan wij beiden ‘s nachts aan ‘t raam,
Maar andre sterren zien we in andre tijden.

Uw land is zoo ver van mijn land verwijderd:
Van licht tot verste duisternis – dat ik
Op vleuglen van verlangen rustloos reizend,
U zou begroeten met mijn stervenssnik.

Maar als het waar is dat door groote droomen
Het zwaarst verlangen over wordt gebracht
Tot op de verste ster: dan zal ik komen,
Dan zal ik komen, iedren nacht."

Monday, September 19, 2005

Só para ti

Senti medo ao adormecer
Sentir o que sente a dor
De te querer e não te ver
Ter-te tido breve no meu calor

Para que tento eu agora rimar
Se tudo o que sinto é uma verdade
Certo é com isto fazer-te chorar
Retirar-te as lágrimas da serenidade

Quando os olhos cerrei
a tua imagem uma aparição
durante toda a noite guardei
aquela que já tinha no coração

Sonhei com o sorriso dessa timidez
Um sorriso de que já sinto falta
Se não fosse a pura insensatez
Do Amor que desta alma sobressalta...

Não te quero perder de vista,
Pelo menos enquanto eu for artista.

Enquanto ainda tenha cordas
para te tocar no violino
a melodia que carrego na alma...

Saturday, September 17, 2005

No entardecer destas horas friorentas, paira um aroma com cheiro a vazio... Outono que se aproxima de um Inverno amargo nestes vagos dias de Setembro. Porém neste recanto da saudade questiono a célebre dúvida se devo dizer-te que é por ti que ainda aqui espero... na certeza que é por ti que meu relógio contas as horas, pois já lá vão quatro e ainda te espero. Meus pés gélidos, minha boca seca e com sede das tuas palavras, os dedos batem nas teclas e fazem junto com o cérebro uma busca sobre algo que não interessa, os braços acompanham a dor, as pernas já doem de estar cruzadas e tu... não me apareces... Os segundos são minutos e os minutos são horas e as horas são aquelas que choro por não te puder abraçar e dizer-te o que nunca irás ouvir. Ter coragem de Camões, a sabedoria de Breyner, as personagens de Pessoa... estão certemante comigo nestas horas de desespero e inspiram-me na esperança de que um dia hás-de perceber que estranhamente é por ti que batem os segundos de meu coração....

"In vino veritas" ...

Friday, September 16, 2005

O barulho do silêncio exterior pede um trago de vinho. [... a beber...] Aqui tudo é sereno como o que de mais profundo se ouve numa gruta. Que radiante estás hoje... sabia que estavas cheia... tu que arrancas o ímpeto da minha excitação hormonal e me pedes que feche a porta e me isole no meio da multidão... tu que levas a minha alma para momentos de profunda exaltação. Os astros debatem-se e és sempre tu aquela que impões respeito. Como tenho orgulho em que o teu nome seja feminino pois és a Deusa dos desvairados, és a inspiração para os músicos, és a cor da minha paz, és a claridade das minha ideias, estas longínqua como o meu amor...
A ti, lua, de devo a melodia da minha alma.

Inténtalo Encontrar (Bulería) Mayte Martín

Qué es el amor?
Mira hacia la montaña cuando sale el sol
Busca en el arco iris un nuevo color
No te conformes nunca con ser un pensador

Qué es el amor
Pregúntale al jilguero, al río y la flor
Él no tiene senderos, pero es andador
No necesita puertas, es camino

Si es que el amor
Como todo lo que es bello, no tiene explicación
Es refugio y morada de algun soñador
que jugando a poeta, quiero ser cantor

Si es que al final tendrás en tu inventario lo que llegas a amar
Después no tendrás tiempo de volver a empezar
Ahora es el momento, inténtalo encontrar

Qué es el amor?
Una ventana abierta de la ilusión
Es mirar hacia el cielo con el corazón sin miedo a la caida

Si es que el amor
Como todo lo que es bello, no tiene explicación
Es refugio y morada de algun soñador
Que jugando a poeta, quiero ser cantor...

Si es que al final
Tendrás en tu inventario lo que llegas a amar
Después no tendrás tiempo de volver a empezar
ahora es el momento, inténtalo encontrar!

Wednesday, September 14, 2005

Dia 14 de Maio - o último cigarro

Ser-se viciado em nicotina é uma das piores sensações que experienciei na minha vida.

A primeira "passa" foi na Bósnia. A Samra tinha daqueles cigarros viciantes com sabor a menta. No ano seguinte na viagem de autocarro de Lyon ao Porto decidi comprar Marlboro Light [talvez por serem os preferidos do meu irmão]

Depois a agravar-se começando por uma brincadeira nos tempos de escola, tendo sempre em conta de que "Eu? eu nunca me viciarei..." Muito estranho é que de facto me viciei...O processo foi muito rápido, bastou que comprasse a primeira caixinha Marlboro, desde então essas caixinhas vermelhas fizeram parte do meu dia-a-dia. Eu admito que era uma fumadora frustrada porque eu fumava e nem sequer tinha prazer em fumar. Sempre tive em vista o melhor momento para parar mas chegava à altura e caía na tentação... fi-lo vezes sem conta até que já não acreditava que algum dia pudesse ter forças para ganhar a luta do vício.O dia 14 de Maio de 2005 foi um dia de glória para mim... Já há muito que esperava por ele e, finalmente, mentalizei-me que aquele era o último cigarro da minha vida!

Comecei a fumar uns cigarritos ocasionais com amigos de escola. Nos furos de horário lá íamos fumar às escondidas. Recordando esses tempos sinto um grande sentimento de camaradagem devido à cumplicidade da "misteriosa fuga", mas isso não é desculpa para começar a fumar. Mais tarde, quando tínhamos estágios de orquestra, e como parte da adolescência em que o "fruto proibído é o mais apetecido", havia sempre alguém que se encarregava de comprar os "rebuçados". Também nas saídas com os meus primos de infância começamos a comprar West que continha 10 cigarritos, então repartíamos os tostões e armávamo-nos em "senhores". Hoje, não tenho a menor dúvida que o facto de se começar a fumar tem a ver com uma auto-afirmação, quando esta é escassa perante aqueles que nos vêem ainda como crianças. Ás vezes a adolescência parece um período que nunca acaba... mesmo tendo 17 anos e feito uma viagem sozinha sem papa nem mama, ter descoberto países sozinha, conhecido pessoas que me dariam 25 anos, a idade alude à adolescência. Talvez começar a fumar tenha sido isso mesmo, mostrar ao mundo que também já tinha idade para pegar num cigarro, incrível, não?

Quando cheguei à Holanda, na solidão dos primeiros dias entretia-me a acender e apagar cigarros no cinzeiro. A dose vai aumentando e em quatro anos passei a fumar 20 cigarros num dia. Já não conseguia imaginar a minha vida sem o vício, como preencher os tempos "vazios", durante um café numa conversa excitante sem a ajuda inspiradora de um cigarro, depois do almoço o apetecível famoso cigarro, na escola já não poderia acompanhar os meus amigos fumadores, no bar com um pouco mais de alcoól, em festas, na praia... bem.. como me alegra saber que consegui ultrapassar o "cabo das tormentas" e sem ajuda de nenhum selo, nem calmantes nem conservantes, deixei o maldito vício!

Já lá vão quatro meses e cada vez mais sinto o ar puro que inspiro e expiro, consigo saborerar a comida, não acorod com aquele mau hálito matinal, tenho os dentes e as maos mais brancas, a minha pele está melhor, as roupas não cheiram a tabaco, o cabelo fica com o cheiro do shampoo todo o dia, o perfume mantem-se todo o dia na pele, previno o cancro do pulmão e tenho mais dinheiro na carteira!!! Mais motivos para deixar de fumar??? Apesar de tudo isto, continuo a divertir-me imenso, e tenho o mesmos amigos de sempre e, contrariamente ao pensava, há mais pessoas a terem mais orgulho de nós quando não somos fumadores ou quando deixamos de fumar. E ainda mais... beijar sabe muito melhor! Beijar um fumador é quase como lamber um cinzeiro...

Truques para deixar de fumar:
- mentalizar-se de uma quebra de rotina / hábito
- deitar fora cinzeiros e isqueiros
- dizer SEMPRE NÃO e prometer a si mesmo que não havera a excepção de "'so um não faz mal"
- anunciar ao circulo de amigos da decisao e pedir-lhes que o apoiem e que nunca, nunca lhe dêem um cigarro. Caso contrario, significará, recaída
- comprar chiclets sem açucar
- dar umas caminhadas e umas corridas
- procurar ocupar-se sempre com algo cativante (namorado/a, Sudoku p. ex)
- esquecer ou tentar não pensar que foi fumador

Pensem nisto, espero que vos ajude! O que custa prometo são os três primeiros dias física e psicologicamente. A partir daí, muita coragem e força de vontade para não recair. Se tal acontecer, haverá sempre uma próxima vez ;) Olhem um pouco este site também me ajudou www.antifumo.com.br

Bem haja!

Monday, September 12, 2005

o fundo da cor do prato era verde e saudável. passeando o seu cão, com óculos escuros e um olhar indiferente. Eu vigiando-o por detrás das cortinas e ele penetrado no bebé sorridente que lhe passava na mente. quero tocá-lo mas é tão raro... cabelo cinza cor cigarro cinzento. Não fumes negro que te faz mal aos pulmões nessa bicicleta de último grito. Eu grito aqui em cima, comendo uma sopa e vigiando-te. Em frente fechou-se uma janela, não, não estou aí... estou aqui a escrever sobre ti. Vigio-te e nunca me agradeces...

Saturday, September 10, 2005

Começava com outra cor... o dia sorria e o sol abraçava-a. O nervoso da dúvida, o medo do misterioso enigma da vida. As lágrimas escorriam-lhe pela face, um adeus breve e frio "xau".. mais uma porta se fechava e sem olhar para trás fingia-se coragem para enfrentar o monstro que rasga os céus. A respiração oscilava entre frio e o quente... o olhar não o desmente... quer alguma coisa para beber? um chã por favor.. com leite... com leite? desde quando isso lhe agradava o paladar...
O pé na terra estranha. A linguagem é imperceptível aos ouvidos do olhar humano. queria chorar e não tinha lágrimas.o fado do emigrante é aprender a cor da dor à saudade. Em segundos os orgãos ficaram mudos perante a efemeridade da vida. Vai-se lá saber o que sente quando não se sente o sentir pleno da aterragem num mundo que lhes é estrangeiro. O espanhol aos gritos desesperado "Por favor! Ayuda! Donde estais coño, por Diós!"... aquele chumbo nunca mais saía mas, quando saíu deu-se então início ao longo processo da caminhada... bilhete [enkele reis naar Tilburg, alstublieft!] , elevador e comboio... Os olhos não acreditavam nas imagens que testemunhavam, o corpo queria acomodar-se nos CP, a cabeça tentando assimilar realidades distintas. O destino esperava-a uma vez mais, inerte e fechado, abafado mas limpo... estava vazio com almas de aranhas e as teias como seu lar... o cheiro tinha perdido a frescura de uma casa habitada. Diria que se sentiu em casa, recebida pelo sol e acolhida por uma trovoada de pensamentos... O barulho a bicicletas que trespassam nas estradas finas e vermelhas. Não se vê a moda dos óculos de sol, porque será?
Perante tudo isto, escondeu-se e chorou... onde o mar com os ventos a melancolia arrastou... o amanhã sendo outro dia, sem chuva por favor...