Monday, March 27, 2006

Bélgica

Cheguei de um fim de semana na Bélgica e para estrear o meu novo teclado, deixo-vos aqui umas palavras...
O objectivo desta viagem revelou-se num bonito projecto de orquestra em Bornem (Sul da Bélgica). Obras de Vivaldi como Magnificat, A Primavera e Gloria, com pessoas especializadas em música antiga. Hospedada no belíssimo lar da minha professora e mestre Jenny Spanoghe.
Uma visita inesperada a Bruxelas. Bruxelas é aconselhável, pela sua base histórica, "glamour", dinâmica e importância pelo seu congresso Europeu. Uma tentativa de Euromilhões com nenhum sucesso... uma passagem pelo conservatório Real de Bruxelas, onde fiz soar umas notas do meu violino... No dia que se seguiu passeamos pelo rio Scheldt em Bornem, simplesmente fenomenal, o sossego, as paisagens e o ar puro... Perdemos o rumo por nos termos encantado demasiado com a beldade daquelas terras e águas, talvez a maior aventura da minha vida mas, finalmente encontramos o barco que nos levava a uma ponte que teria as pessoas à nossa espera para nos levar directamente ao ensaio geral. No último dia,depois de muito descanso e paz interior, realizamos um concerto com grande êxito, do qual nos foi prometido um Cd e Dvd.
Mais uma aventura artística, com ideais supremos e uma grande experiência para quem ainda estuda num conservatório. A próxima que se segue será a 21 de Abril no Pavilhão Atlântico a acompanhar a lenda do século XX, Pavarotti! Espero que possam dar uma espreitadela, pois o concerto promete!
Saudações musicais!

Monday, March 13, 2006

How high the moon

Somewhere there's music
How faint the tune
Somewhere there's heaven
How high the moon
T here is no moon above
When love is far away too
Till it comes true
That you love me as I love you

Somewhere there's heaven
It's where you are
Somewhere there's music
How near, how far
The darkest night would shine
If you would come to me soon
Until you will, how still my heart
How high the moon

Somewhere there's music
How faint the tune
Somewhere there's heaven
How high the moon
The darkest night would shine
If you would come to me soon
Until you will, how still my heart
How high the moon

by Ella Fitzgerald

Sunday, March 05, 2006


A minha orquestra RAMUZE...

Esta manhã de Domingo difere de todas as manhãs no decorrer de três anos aqui em Tilburg. Os pássaros chilream lá fora e há um silêncio agradável de Domingo. O sol brilha mas a neve cobre as estradas das bicicletas... e eu cá dentro sinto um vazio grande! Cheguei de uma viagem longa, um percurso de uma hora e meia que fiz durante três anos, Leiden-Tilburg. Os ensaios começavam as 10.30. O Bert, o Jan e a Rith recorriam-me da estação e levavam-me de carro ao local de ensaio. Com a sua simpatia habitual davam-me um "Goedemorgen" e iniciava-se sempre uma agradável conversa.

A orquestra desde o princípio me recebeu bem, sempre interessados nos meus conhecimentos, sempre acreditaram em mim, apoiaram-me em momentos difíceis... O maestro, Stephan Pas, sempre me deu muito crédito. Muitas vezes tinha de fazer ensaios de cordas e até várias vezes tive de dirigir a orquestra. Recebia aplausos porque aquela gente viu-me progredir a todos os níveis, tanto profissional como pessoalmente. Quando lá cheguei era uma menina ainda nos seus 19 anos, com medos e inseguranças, todos eram muito mais velhos que eu, e eu tive de aprender a impor-me, sempre com muito respeito e humildade. Aprendi muito com eles e sei que o meu sentido de responsabilidade foi-se tornando o meu aspecto mais forte.

Sim, ontem começou uma última fase da minha estadia pela Holanda. Decidi que teria de parar com estas viajens semanais para dedicação total para o meu exame final que é a 9 de Junho. O último acorde da sinfonia de Haydn foi arrepiante, soou como despedida e senti que todos me olhavam já com um saudosismo holandês. O maestro agradeceu-me por tudo o que por eles tinha feito, o público batia palmas com muita força e eu sentia uma tristeza pela efemeridade da vida. Deram-me um bonito ramo de tulipas e depressa me dirigi ao camarim. Não consegui conter as lágrimas e o Hans decidiu fazer-me uma homenagem e presentearam-me um livro "Icons of the Netherlands - The Dutch, I presume?" um livro que fala acerca de aspectos que marcam a cultura holandesa, fizeram um discurso e eu não conseguia controlar a tristeza que sentia expressado-a com lágrimas... Eu agredeci-lhes tudo o que tinham feito por mim e disse-lhes que iria sentir saudade deles... O rob, meu companheiro de estante, ofereceu-me uma garrafa de vinho do porto 10 anos, e vieram todos despedir-se, todos ficaram obviamente com o sal das minhas lágrimas... algo que não pude evitar!
Perdi o comboio de regresso a casa, fomos beber algo a um bar, mais e mais despedidas e fiquei hospedada na casa da Aline que, hoje às 10.00 horas da manhã me levou à estação...
E assim se deu mais uma despedida dolorosa... as pessoas mais gentis e boas que conheci aqui na Holanda! Sei que eles não percebem este texto em português mas quero deixar aqui um grande bem-haja a todos ditado pelo que há de mais sincero no meu inteiro Ser!

Friday, March 03, 2006

Vandalismo à janela

No meu sossego a tocar uma melodia pacífica de Mozart e... são precisos segundos para todo este panorama se tornar um pesadelo. Num acto de rebeldia, jovens que não se querem integrar na sociedade, são capazes de tudo para provacar instabilidade. "We want war" gritavam lá de baixo... As minhas pernas tremiam de medo, estava sozinha, indefesa... e que mal tinha eu feito? Não escondi a revolta, peguei no meu telemóvel, 112 e num holandês descontrolado tentava explicar o que me estava a passar. Riam-se do meu medo... tive a excelente ideia de pegar na minha máquina fotográfica e tirar-lhes fotos! Deixaram-me em paz... mas ameaçaram voltar! A ameaça é algo que nos faz sentir fora de nós... Sinto receio! e tudo isto para quê?
Viva a Paz....

Wednesday, March 01, 2006



Que sapatos hei-de eu calçar?

Hoje é o primeiro dia do mês de Março... Mais me deu a sensação que seria Dezembro ou Janeiro... Nos meus tempos de infância ansiava tocar na neve, por causa dos filmes americanos onde a ilusão do branco é elucidativa. Mas agora não... agora quero sol, quero pôr as minhas t-shirts de verão, quero tirar o sobretudo e o cachecol, e as botas grossas... quero calor! Não sei se tenho coragem de ir lá fora... acordei agora mesmo num desespero grande, mas estou a tentar relaxar! Deveria encontrar-me neste preciso minuto a entrar no comboio com destino a Amsterdão... Teria um encontro às 10 horas com um senhor que faz arcos de violino, mas será que ele vai acreditar que o meu telemóvel caiu ao chão durante a noite e se dividiu em dois pedaços? Conclusão: fiquei sem o único alarme que tinha! Com tanta mentira e falsidade claro que lhe vai soar a desculpa... Este dia começa bem e ainda não estou em Amesterdão...
Só regressarei amanhã, estarei a disfrutar as minhas férias na cidade da loucura!