Monday, January 30, 2006

Tucha


Chamavas-te Tucha e com as tuas quatro patas a minha casa em 1996 chegaste, pequena e frágil eras nos braços do meu irmão. Concretizado o sonho de te ver em minha casa, chegava o momento de cuidarmos de ti por muitos e longos anos. Tornaste-te a minha irmã mais nova, por tão amiga e companheira que eras. Quando chorava, choravas comigo, quando me tentavam bater, defendias-me com toda a tua força e dentes afiados, protegias a casa, eras a melhor companhia da minha mãe que durantes estes anos te alimentou e te acompanhava nas caminhadas matinais e nocturnas, eras a paz, eras uma presença em casa que deveria ser eterna. Não queria que tu morresses antes de mim, embora as probabilidades assim o indicassem. Nunca te queixavas quando ficavas sozinha, nunca te vingavas se ficasses fechada em casa, nunca choravas se estavas triste... E lembras-te de cada vez que eu preparava as malas para vir para a holanda, e ías para dentro da mala dormir e de manha não querias sair dela? Tu sabias que um dia eu voltaria da Holanda e não me ías receber mais, com a tua cauda a abanar, as tuas patas a subirem-me pelas pernas, que excitação "a melanie chegou tuchinha!!!" Todas as malas que tiver de fazer em Portugal não serão as mesmas, sem acordar de manhã e ver-te deitada dentro delas, só como protesto... Em 96 eu e a mamã deixamos-te em portugal durante um mês, quando fomos à alemanha... julgavamos que morrias, porque as pessoas que tomavam conta de ti diziam que nao comias por saudade... aquele dia que chegamos, abraçamos-te, e choramos e prometemos nunca mais ir de férias sem ti. Se pudesses falar Tuchinha, tenho a certeza que saberias os meus segredos decor, pois o teu olhar era puro, sincero e honesto... tanto viste em silencio, sem reclamar... isso é o que te faz seres melhor que muitas pessoas que infelizmente conheci. Contra a minha vontade foste muitas vezes maltratada, eu sempre te defendi com toda a minha força e amor que sentia por ti... não conseguias entender, que vor vezes neste planeta os humanos são tão egoístas e pensam que só o planeta a eles pertencem, e não conseguem partilhá-lo com animais como tu. Como sofri quando te batiam só por tu estares a meio do caminho deles, e tu sem conseguires entender sequer o que um "caminho" significa. Quando soube que morreste, pelo nosso irmão que me telefonou a chorar desalmadamente, foi como se tivesse perdido alguém da família. O concerto que fiz na sexta, foi o concertos mais dolorosos da minha vida, dediquei a minha música em tua homenagem, em silencio e com sofrimento. Doeu muito, ainda dói... mas quero acreditar que a tua alma encarnou na alma de uma pessoa/animal e que te irei encontrar ainda nesta vida. Essa pessoa/animal saberá tanto de mim sem precisar de palavras, que eu terei a certeza que só podes ser tu! Foste enterrada pelo inimigo, mas quando eu chegar a Portugal vou colocar-te uma flor no sítio onde foste friamente sepultada. Não te perdoo teres partido sem me teres dito adeus... mas só espero que estejas tu onde estiveres, que estejas em paz e que sintas a energia de todo o amor que tive, tenho e terei por ti... Amo-te para todo o sempre e eternamente!

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