Thursday, August 04, 2005

o espaço é grande e hoje apetece-me falar sobre amizade.
No decorrer da minha vida, apercebi-me de que a minha vida estava completa quando rodeada de bons amigos.
Naqueles tempos ouvia eu dizer, de pessoas mais velhas e mais experientes: "minha querida, bons amigos há poucos. Pode-se contar pelos dedos que temos numa mão!", "Ora essa..." pensava eu. Procurava talvez nem contar quantos dedos tinha, mas certamente tinha mais amigos do que os meus dedos numa mão. A verdade, é que infelizmente, ou tinha mais dedos ou mais amigos nessa altura, das duas uma. A vida sorria, era pura... sem traumas nem paranóias! Agora? não meus caros, é uma vida que pondera cada passo e cada rota, cada partida e chegada... a muito medo e muito custo, vamos lá chegando, onde para trás ficou o escuro das nossas caminhadas...

Às vezes gostaria que a vida não se transformasse tanto, que as coisas boas permanecessem e as más se desligassem com um "off button", ai se fosse eu a criadora deste mundo! Afinal há tantos botões, porque teriam os humanos de possuir esse dom, o de sentir? Se ainda soubessem controlar os sentimentos mas, já percebi que não há invenção possível que trate esse mal...

Parece que a caixa do meu violino se transformou numa carcaça, de onde dela só saio quando não ouço barulho, outras vidas vagabundas, outras mentes deambulantes... na minha carcaça tudo acontece, tanto posso chorar como rir, acalmar ou enraivecer, amar como odiar, tudo parece possível, pois sei que aquela carcaça que tem o meu violino é o escudo do que se passa lá fora. Tenho medo de sair, e de sentir o que me espera lá fora...

Oh deuses! O que se passa comigo? a pressão é muita, comunicar-me com outras pessoas é um fardo, cada dia que passo me escondo mais... tenho amigos mas parecem estar longe e ocupados, quero amigos mas não consigo estar a disfrutar pacificamente da companhia deles. Eu sei, eu sei, que a amizade é como uma flor e que se não a regarmos murcha e morre... pois devo admitir que já tive das flores mais lindas que alguma vez a natureza procriou no meu jardim, mas com tanta falta de água parece que murcharam...

Sabem que mais? Quero dormir e esquecer os dedos que conto numa mão...

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